Era o início do ano de 2005, estava em fase final de preparação para encarar a defesa da minha dissertação de mestrado. Naquele momento, aguardava ansiosamente um e-mail, que seria enviado pelo meu orientador, o saudoso Prof. Orlando Loques. Passaram-se uma, duas semanas…. e nada do e-mail chegar. Por diversas vezes entrei em contato com meu orientador, oborrecendo-o com a mesma pergunta: quando será a fatídica data? A resposta era sempre a mesma: aguarde meu e-mail. Cansado de insistir, fiquei eternas duas semanas sem entrar em contato. No momento que entrei, recebi a seguinte resposta: “Márcio, mandei a mensagem duas semanas atrás. Sua defesa será amanhã.”. Dei-me conta que meu e-mail gratuito, num provedor local, tinha me deixado na mão… novamente.
Irritado, e seguindo dica de um colega, crei minha conta no Gmail. O serviço era de primeira: alta qualidade e disponibilidade. Desde então venho sendo testemunha dessa verdade. Afinal, para um serviço gratuito, os recursos oferecidos são sensacionais. Deixei de imediato a conta no meu antigo provedor de lado, e passei a usar minha nova e confiável conta.
Terça passada, dia 1/9/2009, enquanto fazia minha diária viagem para a faculdade onde leciono, recebo pelo rádio a notícia que o Gmail estava fora do ar. Ao chegar na faculdade, deparei-me com o serviço já no ar novamente. Foram menos de duas horas de indisponibilidade, pelo que tive notícia, mas o suficiente para trazer a seguinte pergunta à mente: até onde podemos confiar em um serviço gratuito? Ocorrendo um problema, a quem reclamar? Não tenho nenhum contrato de nível de serviço com a Google. Como todos os usuários do Gmail, cedo um pouco da minha privacidade pela gratuidade, e autorizo que paraceram na minha tela anúncios direcionados.
O fato é: acredito do modelo de negócio da Google para o Gmail. A indisponibilidade ocorrida na última terça é normal em qualquer operação de TI, embora não desejável, mas em nada abala minha confiança no serviço do Gmail.