A importância do Caso de Uso na arquitetura da aplicação

Sempre tive a visão que organizava mal a estrutura da aplicação, sem representar com clareza no código a intenção de negócio que motivava a existência dele; percebi que organizava a aplicação em torno de propósitos técnicos e confesso que é muito tentador seguir organizando dessa forma.

O artigo a seguir ressalta a importância em representar casos de uso como elementos explícitos na aplicação, caracterizado na seguinte afirmação: ‘a ausência de casos de uso deve ser considerado um mau cheiro’ (minha tradução). Além disso o artigo aborda aspectos arquiteturais na organização das dependências seguindo princípios consagrados.

https://joebew42.github.io/2021/10/23/use-cases-purpose-of-your-code

Uma opinião sobre “A importância do Caso de Uso na arquitetura da aplicação”

  1. Ótimo artigo! Todo mundo já começou um projeto onde não há entidades definidas, apenas grandes controllers, que contém todas as regras de negócios e manipulam diretamente mecanismos de persistência. É muito mais fácil, rápido, e consequentemente tentador, programar de forma 100% concreta, sem pensar em divisão de responsabilidades e segregação dos elementos que compõem a aplicação. É exatamente isso que leva pessoas, erroneamente, a criticarem uma aplicação bem arquitetada: exige esforço, gera mais código e é mais difícil de se entender do que um programa procedural. Mal sabem elas que uma aplicação bem arquitetada tem menos erros, facilita futuras mudanças e a realização de testes unitários.

    No início do texto você fala que sempre teve a visão que organizava mal a estrutura da aplicação, sem representar com clareza no código a intenção de negócio que motivava a existência dele. Alguns dizem que isso seria o design da aplicação, mas, como o Bob Martin fala em Clean Architecture, isso diz respeito à arquitetura, não existe separação entre design e arquitetura de software, elas são uma coisa só. Se analisarmos um projeto de um arquiteto de construções, ele detalha desde como o exterior da construção será, até os móveis e a decoração. Uma definição que eu gosto muito, e que casa perfeitamente com o artigo apresentado, é a do Ivar Jacobson em “Object-Oriented Software Engineering: A Use Case Driven Approach”, ele diz que arquitetura de software é a estrutura necessária para suportar os casos de uso do sistema.

    Bob Martin, concisamente, explica o objetivo/razão da existência dos casos de uso dizendo: “casos de uso controlam a dança das entidades”. Tudo que não é entidade — objetos centrais do sistema — ou regra de negócio — regras ou procedimentos que geram ou economizam dinheiro — deve ser segregado do caso de uso através de uma interface.

    O mais engraçado é que, para aqueles que realizam graduação na área de construção de software, uma das primeiras coisas a se aprender é sobre casos de uso e como modelá-los em UML. Infelizmente, aprender cedo não é uma garantia de entender o conceito em sua totalidade.

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