Hoje recebi comunicado da Oracle anunciando de forma oficial e definitiva a fusão com a Sun. Imagino que o último entrave, colocado pela União Européia, tenha sido superado.
No e-mail de anúncio, o presidente da Oracle reafirma o que vinha sendo anunciado na imprensa, meses antes dessa oficialização, sobre a continuidade da políticas de software aberto adotadas pela Sun, embora a Oracle seja reconhecida com uma empresa que não adota tais práticas. Bom, pelo menos até o momento.
O mercado todo se pergunta: como ficarão produtos como o MySQL? A Oracle tem seu produto voltado para o mercado de entrada, para pequenas empresas e bancos voltados para a Web, que é o Personal Oracle. Embora no último Sun Tech Days, num dos estandes de propaganda do MySQL, o propagandista alardeava que o mercado do MySQL é totalmente diferente do da Oracle, sabemos que isso não é plenamente a verdade. O MySQL, de fato, tem características que simplificam o uso para emprego do SGBD em sites WEB. Mas o quanto a solução da Oracle está hoje longe disso?
Outra questão: o GlassFish, o servidor referência da Sun para o JEE6, colide com o servidor da Oracle, o WebLogic. Qual será o futuro desse produto?
Essas questões não serão respondidas por meios oficiais, mas eu aposto que várias iniciativas internas já estão sendo tramadas na Oracle para descontinuar – de forma gradual – os produtos gratuitos da ex-Sun que hoje colidem com os pagos da Oracle.
Uma questão especial sobra para o NetBeans: o produto de Oracle, pago e caro, esta ano luz atrás dessa excelente IDE. Qual será a estratégia da Oracle aqui?
Aguardemos… quem quiser saber mais, clique aqui.
Arquivo mensal: janeiro de 2010
Google no mundo Java
A Google entra de forma definitiva no mundo Java ao criar a iniciativa conhecida como Guava. Agora, a Apache Software Foundation tem uma fortíssima concorrente como fornecedora de bibliotecas e frameworks para o mundo Java.
Uma das mais recentes contribuições da empresa para o mundo do desenvolvimento Java é o que eles chamam de Google Collections Library, uma biblioteca de classes voltada para coleções de objetos, que agregam funcionalidades novas em relação à biblioteca padrão do Java no pacote java.util.
Fornecer e controlar soluções que moldam o desenvolvimento de uma determinada plataforma é uma forma de controle com consequências pouco conhecidas. Qual o objetivo de fornecer de graça uma biblioteca ou um framework, visto que eles são tão caros para desenvolver e manter? Por quais formas essas empresas esperam auferir lucros para pagar esses enormes gastos?
O importante é o foco
Meu pai me mandou essa piadinha por e-mail. Impressionante é o quanto ela se aplica à engenharia de software.
O IMPORTANTE É O FOCO…
Um paciente vai num consultório e diz ao psiquiatra:
– Toda vez que estou na cama, acho que tem alguém embaixo. Aí eu vou embaixo da cama e acho que tem alguém em cima. Pra baixo, pra cima, pra baixo, pra cima. Estou ficando maluco!
– Deixe-me tratar de você durante dois anos. – diz o psiquiatra.
– Venha três vezes por semana, e eu curo este problema.
– E quanto o senhor cobra? – pergunta o paciente.
– R$ 120,00 por sessão – responde o psiquiatra.
– Bem, eu vou pensar – conclui o sujeito.
Passados seis meses, eles se encontram na rua.
– Por que você não me procurou mais? – pergunta o psiquiatra.
– A 120 paus a consulta, três vezes por semana, dois anos =R$ 37.440,00, ia ficar caro demais, ai um sujeito num bar me curou por 10 reais.
– Ah é? Como? – pergunta o psiquiatra.
O sujeito responde:
– Por R$ 10,00 ele cortou os pés da cama…
Muitas vezes o problema é sério, mas a solução pode ser muito simples…
HÁ GRANDE DIFERENÇA ENTRE FOCO NO PROBLEMA E FOCO NA SOLUÇÃO…
Foque uma solução ao invés de ficar pensando no problema.
A Engenharia de Software está uma bagunça?
Essa questão está sendo levantada por nomes de grande importância na área da ciência da computação. Nomes como Ivar Jacobson, Bertrand Meyer e Richard Soley.
Num artigo escrito por Ivar Jacobson e Bertrand Meyer, Methods Need Theory, eles expõem uma vergonhosa realidade que a engenharia de software, ao contrário das outras engenharias, sofre na sua evolução: influência exagerada de marketing. Cada novo método vende-se como a nova revolução do momento. Tudo é um novo paradigma, como se nada que existisse antes valesse a pena ser estudado. Afinal, como se venderiam tantos livros? Alguma das outras engenharias são tão voláteis quanto a de software? O perigo citado no artigo é a banalização da nossa ciência. Para muitas pessoas, segundo os autores, torna-se mais importante usar a última moda em método de engenharia de software do que propriamente desenvolver software de boa qualidade.
Eles defendem que usemos na engenharia de software os mesmos princípios adotados pelas outras engenharias: um maior formalismo teórico e menos sensacionalismo, unindo o mundo profissional com o acadêmico. Em outro artigo, intitulado “Why we need a Theory for Software Engineering“, Ivar Jacobson e Ian Spence procuram enfatizar essa importância da fundamentação teórica da ciência.
Um professor da PUC (Prof.Rubens Nascimento) uma vez proferiu numa palestra que assisti: “de tudo que surge como “novo” na computação, 95% é puro marketing. 5%, talvez, possa ter alguma inovação.”. Ao longo desses anos trabalhando na área pude constatar o quanto ele estava certo.
Com interesse de organizar a “nossa” engenharia, as importantes figuras da área de computação acima citadas iniciam uma força tarefa, conhecida pela sigla de SEMAT (Software Engineering Method And Theory), com o objetivo de organizar os fundamentos da engenharia de software, sem modismos, sem termos marketeiros, sem firulas. Coloco muito fé nesta iniciativa, tanto que a subscrevi na página organizada pelos proponentes.
Vale a pena acompanhar a iniciativa. Acesse o link aqui.